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Muitas vezes, ao procurar um médico, o paciente já pesquisou bastante – na internet, com outros médicos, com amigos e conhecidos.
Muitas pessoas com determinadas doenças crônicas, inclusive, já pesquisaram o suficiente para se sentirem absolutamente perdidas. Afinal, qual informação é confiável? Se, tantas e tantas vezes, encontramos informações desencontradas? Se parece que mesmo entre os especialistas parece não haver consenso em determinados assuntos?
Realmente, a ciência não é tão simples quanto parece. Felizmente, com o passar dos anos, foi se criando um certo conjunto de “regras” que definem um caminho a ser seguido em todos os campos da ciência. Na medicina não é diferente. Hoje nos baseamos em estudos clínicos para tomar as decisões no nosso dia a dia. Dessa forma saímos de situações que hoje seriam impensadas – como o uso de sanguessugas para tratar infecções (procedimento comum alguns séculos atrás), para o uso de antibióticos. Entretanto, as ‘verdades’ mudam. Estudamos para isso, aliás.
Mas, em que momento, mudamos nossa prática clínica? Depois de quantas publicações, de quantos estudos clínicos, de quantas metanálises? Essa também é uma resposta difícil de se obter.
De uma maneira geral, pelo menos na medicina, temos uma vantagem: periodicamente as sociedades de especialistas divulgam os famosos guidelines, que são um resumo dos estudos científicos relevantes para o assunto, e sugerem condutas baseadas nesses estudos. A partir desses guidelines, os especialistas no seu dia a dia acabam adaptando as condutas dentro dos casos que se apresentam. Os guidelines apresentam, antes de iniciar o texto propriamente dito, qual o método que utilizaram para selecionar quais artigos seriam utilizados como referência – e não é pouco trabalho organizar o enorme volume de publicações disponível atualmente. Na prática diária os guidelines funcionam como o norte de uma bússola, apontando uma direção. E isso é ótimo.
Mas, em ciência, é sempre importante estar disposto a mudar de ideia: a partir de um certo volume de dados, ou como gostamos de dizer, a partir de um certo nível de evidência científica, é preciso rever nossa prática. Um exemplo? Durante minha formação em otorrinolaringologia, aprendi a orientar os pais de crianças com tubos de ventilação a proteger os ouvidos das crianças da água. Era necessário muito cuidado ao tomar banho e entrar na piscina ou no mar era fora de cogitação.
Felizmente, os estudos mostraram que essa recomendação era um excesso de zelo e que o fato de a criança se expor a água em situações corriqueiras não era determinante para haver ou não episódios de otorreia (saída de catarro pelo tubo de ventilação). Hoje indico tubos de ventilação, o famoso dreno ou carretel, para o tratamento de otites e fico feliz em dizer “pode continuar nas aulas de natação sem problemas!” – baseada nas evidências científicas acumuladas ao longo da última década de pesquisas sobre o assunto.
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